Consultas de Medicina Tibetana
A medicina tibetana encontra-se profundamente influenciada pela teoria e a prática budista que acentuam a indivisível interdependência entre mente, corpo e vitalidade. Como sistema integrado de atenção à saúde, a medicina tibetana tem servido com eficácia o seu povo durante séculos e hoje pode ser constituir-se um benefício ao serviço do resto da humanidade.
A Medicina Tibetana aborda a doença e a cura de um modo global e natural, com grande influência do Budismo Tibetano. Aborda a causa da doença e os seus tratamentos baseiam-se em plantas e minerais reconhecidos e ativados com rituais específicos. É um grande complemento a outros tratamentos e pode resolver o prolongar de doenças crónicas.
A Consulta realiza-se auscultando os pulsos e através de uma entrevista pessoal, aferindo o estado geral da pessoa e de cada órgão em particular, assim como possíveis sintomas.
A Medicina Tibetana está especialmente recomendada para:
· Doenças do sistema nervoso e problemas derivados, dores lombares, cervicais, etc.;
· Doentes de esclerose múltipla, enxaquecas, artroses e dores articulares, reumatismo;
· Bastante indicada para casos de fibromialgia;
· Sintomas de menopausa;
· Problemas gástricos crónicos, deslocamento do fígado, anemia;
· Alergias, rinites e afeções semelhantes;
· É especialmente efetiva para distúrbios no ‘humor do vento’ (ansiedade e stress), como os transtornos depressivos e doenças associadas.
A Medicina Tradicional Tibetana (MTT) ou Sowa Rigpa é a ciência de cura do Tibete. As suas raízes surgem do Xamanismo Bon remontando há mais de 2.500 anos; desenvolve-se formalmente a partir dos sistemas médicos Hindus (Ayurveda), Grego, Persa (Unani) e Chinês no séc. IV. A sua forma actual, diferenciada no séc. XII, associou-se definitivamente ao Budismo.
A MTT é um sistema médico completo e natural, que entende o homem de um modo holístico: corpo, mente, alma, energia e ambiente. A cura é promovida ao equilibrar os 3 princípios básicos: Lung ou movimento, Tripa ou calor e Baken ou frio, uma vez que se considera que a doença resulta de desequilíbrios destas forças.
O diagnóstico realiza-se principalmente através da leitura do pulso, através da qual se percebe o estado dos órgãos internos. Nesse processo também se analisa a urina, língua e pele. A técnica do diagnóstico mediante a pulsação é bastante fina e completa, sendo necessários anos para aprendê-la e décadas para tornar-se especialista.
Com a mão direita do médico sobre o pulso esquerdo do consultante: o indicador ausculta o coração e o intestino delgado (elemento fogo); o dedo médio lê o baço e o estômago (terra); o dedo anelar o rim esquerdo e os órgãos reprodutores (água). Com a mão esquerda no pulso direito: o indicador lê os pulmões e intestino grosso (metal); o dedo médio o fígado e vesicula (madeira); o dedo anelar o rim direito e bexiga (água).
Para o tratamento das doenças empregam-se principalmente: medicação natural, massagens, acupunctura, alterações de estilo de vida e da alimentação. Baseado no caminho do meio budista, o Sowa Rigpa procura reequilibrar: desequilíbrios extremos nas três energias principais e nos cinco elementos, excessos ou erros na dieta e maus hábitos de vida.
Os medicamentos, 250 preparações distintas, são compostos a partir de plantas medicinais (reconhecidas nos Himalaias e no Tibete) e minerais, sendo usadas 2.294 substâncias medicinais para o efeito. Durante o seu processamento são benzidos e energizados segundo elaborados rituais budistas. Esta medicação não tem efeitos secundários.
É um sistema médico eficaz, seguro e complementar à medicina ocidental. Como sistema integrado de cuidado com a saúde, a medicina tibetana serviu com eficácia o seu povo durante séculos e pode hoje ser posta ao serviço de toda a humanidade. A MTT é especialmente útil para situações crónicas como; desordens digestivas, asma, artrite, eczema, sinusite; problemas de fígado, rins e circulação; ansiedade, dificuldade em dormir; alterações no coração e sistema nervoso.
A medicina tibetana está em estreita relação com a astrologia tibetana, e apesar de esta não se usar habitualmente para diagnósticos no ocidente, usa-se para a recolha de plantas e preparação dos medicamentos.
Segundo a perspetiva budista a doença é vista a partir da sua origem, normalmente a nível mental e emocional.
A partir da visão Budista, integrada neste sistema médico, o sentimento de individualidade (o eu) e os três venenos da mente (desejo, ódio e ignorância) dão lugar ao sofrimento e á doença. Os três princípios relacionam-se com os venenos da seguinte forma:
Lung ou movimento com o desejo e o apego; o materialismo afeta a circulação sanguínea, nervosa e energética, assim como os pensamentos e a digestão.
Tripa ou calor com aversão, ódio, agressão e descontentamento: associa-se á assimilação, fígado e visão e funções mentais. Beken ou frio com a ignorância e a incompreensão: afeta a digestão, estrutura óssea, articulações e estabilidade mental.
Men-Tsee-Khang, a Escola de Medicina e Astrologia, é o principal instituto médico, fundado em 1916 por sua santidade o XIII Dalai Lama em Lhasa. Foi restabelecido em Dharamsala em 1961, depois do exílio, por S.S. o XIV Dalai Lama. Nele realiza-se a formação de médicos tibetanos, dentro da linha de medicamentos Sorig. Em Benarés também se formam médicos tibetanos. O Buda da Medicina ou Menlha é o arquétipo que promove a cura. É uma deidade de cor azul safira e o seu voto é o de promover a saúde de todos os seres sencientes. Mesmo não sendo estritamente necessário, é positivo repetir o seu mantra ao tomar os medicamentos, pois deste modo impregna-se a sua energia. O mantra do Buda da Medicina é “Tayata Om Bekantse Bekantse, Maha Bekantse Bekantse, Ramsa Samugate Soham”.